31 maio, 2007

Vento





O vento é o arqui-inimigo do desenhador de exterior. É impossível desenhar com vento. Sendo que a nossa querida cidade tem vento quase toda a estação quente, muitas vezes os meus planos saem furados. Assim hoje não fui caçar máquinas fantasma conforme prometido. Estacionei o carro no parque de estacionamento da discoteca Kais (penso que é este o nome), em Alcântara, e entretive-me sem sair do carro. O edifício, mais um antigo armazém ou fábrica da zona ribeirinha, foi remodelado há meia dúzia de anos. Gosto do contraste entre o tijolo original e o metal e vidro acrescentados posteriormente. Quanto ao truque das árvores colocadas no interior, que agora se tornou tique, bom...quem não gosta?
Caneta e lápis de cor sobre o costume.

30 maio, 2007

Máquinas fantasma.



Este pequeno guindaste está abandonado em frente ao Museu da Electricidade, junto ao rio Tejo. Ao contrário da antiga Central, não sofreu qualquer tipo de cirurgia plástica. O seu ar desolado, ao cair do Sol, dá-lhe uma beleza única. A zona ribeirinha está cheia destes mecanismos abandonados a que eu chamo máquinas fantasma. Vou, nos próximos dias, desenhar mais algumas.

Caneta e lápis de cor sobre Winsor & Newton A5.

29 maio, 2007

Estação Fluvial, Belém



Fui ver este edifício de linha modernista, quase anónima. O desenho está com erros de perspectiva e cheio de hesitações, mas foi o que saiu. Por vezes, quando é possivel, emendo os desenhos posteriormente, mas cada vez mais tento mostrar a "verdade". Também tento trabalhar com tramas diferentes. Umas mais rigorosas e outras mais soltas. Como no desenho abaixo.



Oportunidade para desenhar mais uns barquinhos.

Caneta e lápis de cor sobre Winsor & Newton A5

28 maio, 2007

Adivinha



Qual é coisa, qual é ela,
foi pavilhão da Exposição do Mundo Português
...e agora é restaurante chinês?

Caneta sobre Winsor & Newton A5.

25 maio, 2007

Eles (com garoupa)



Vou pescar garoupa
Sem roupa
De touca

Vou pescar garota
Ao longe
Mouca
Rouca

Tão gritante
Como espasmo
Lábio
Sextante

Como besta errante
Como esta minha barriga fria
Barriguinha
Esguia

Ah,
Junto a este rio de inúmera beleza
Garoupa e garota
À mesma mesa

Cerejas
Delícia
Cerveja

E não há quem te veja
Não há quem te veja

Pesco aqui,Tão só.


Cândido de Jesus

Obrigado poetoscópio.

23 maio, 2007

Eles









Caneta e lápis de cor sobre Winsor &Newton A5.

22 maio, 2007

Docas



Mais um da noite, e do dia. Come-se lá bem, às vezes.
Caneta sobre papel.

21 maio, 2007

Cordoaria Nacional



A Cordoaria Nacional é um edifício encantador mas para ser desenhado na totalidade era preciso um formato de papel especial, ou de muito longe. Tenho pouca experiência de lápis de cor e o amarelo aqui, depois do scanner, parece demasiada laranja. Tenho que arranjar uma máquina para fotografar as imagens, mas temo que a tentação depois seja grande...
Lápis de cor e caneta sobre Winsor & Newton A5.

20 maio, 2007

Noite



Quando eu era adolescente a noite era na linha. Começávamos nas arcadas dos bares junto ao jardim do Casino e acabávamos na discoteca do autódromo, o 2001, que ainda existe. Nos anos 80 a nossa noite mudou-se para Lisboa, na 24 de Julho. O Plateau, o Kremlin e o Alcântara-Mar foram os primeiros de muitos. Hoje toda a zona ribeirinha que vai de Belém ao Cais do Sodré está cheia de bares que vieram ocupar antigos edifícios que serviam de apoio para as actividades que estavam ligadas ao rio. Esse reaproveitamento é, na maior parte dos casos, exemplar em termos de arquitectura e design de ambientes. O BBC, que está em frente da Cordoaria Nacional, entre Belém e Alcântara, nem é dos que mais me agrada mas é paradigmático dessa “movida” que persiste na noite alfacinha.
Caneta sobre Winsor & Newton A5.

18 maio, 2007

«Elogio da mão»



Desta vez é para ler. Se quiserem, cliquem sobre a imagem.
Colagem.

17 maio, 2007

À espera III



Os intervalos de almoço também são momentos de espera. Hoje o café foi mais uma vez em Belém. Eu sei, esta janela anda muito por Belém...
Caneta e aguarela sobre Winsor & Newton A5.

16 maio, 2007

À espera II



Outro feito à espera. Das Amoreiras, quando surgiram, muitas pessoas disseram mal. Assim como do CCB, da Expo, etc. No entanto, para além do mérito que podem ou não ter como objecto de arquitectura, puseram de facto os lisboetas a olhar para cima. Hoje as Amoreiras têm um centro comercial que não decaiu, sendo em minha opinião uns dos que melhor se pode circular pelo seu espaço amplo e, diria, divertido. Comparado com outros mais recentes, resiste agora (afinal) como uma prova de bom gosto. Em minha opinião.
Caneta sobre Winsor & Newton A6.

PS. Vejam aqui o nosso António Jorge Gonçalves.

15 maio, 2007

À espera



Este desenho foi feito há algum tempo. Estava à espera. Já não me imagino a perder tempo por perder. Ao fim de meses mantendo (diariamente) diários gráficos, desenhar torna-se quase uma obsessão. Mas é a única forma de evoluir. Quando vejo desenhos antigos quase sempre penso «agora já não fazia assim...».

Caneta, pincel de água e aguarela sobre Winsor&Newton A6.

14 maio, 2007

Ainda de Belém





Enquanto se prepara nova série aqui fica o resto de uma outra, agora completa.
Caneta sobre Winsor&Newton A6.

Domingo à noite





Futebol. Pode ser um bonito jogo. E dá excelentes oportunidades para desenhar da TV. Estes são quase de «contorno às cegas» e coloreados posteriormente.
Grafite e aguarela sobre papel A4.

11 maio, 2007

Jerónimos V (e último)



Caneta sobre Winsor & Newton A5.

10 maio, 2007

Jerónimos IV



Este desenho demorou quase uma hora. Durante esse tempo algumas pessoas aproximaram-se para ver. No entanto, e apesar da igreja estar cheia de portugueses e estrangeiros, invariavelmente eram estes últimos que o faziam. Não é primeira vez que me apercebo disto. Os portugueses raramente param e comentam. Porque será? Não que eu deseja que isso aconteça, porque desenhar a ser visto é desconfortavel. Mas dá que pensar.
Caneta sobre Winsor&Newton A5.

09 maio, 2007

Jerónimos III



Nos Jerónimos é tentador o desenho tipo "bilhete-postal". É na busca dos pormenores que se pode tentar fugir aos estereótipos. No entanto quando dei a cor não resisti a acentuar o lado fantástico desta gárgula.
Caneta e aguarela sobre Winsor&Newton A6

08 maio, 2007

Jerónimos II



Caneta sobre Winsor&Newton A5

07 maio, 2007

Mosteiro dos Jerónimos, Belém



Finalmente. Um dia tinha que ser. Este foi o primeiro, de muitos, que me saiu bem. Vou aproveitar a sorte e ficar por lá o resto da semana. Portanto acho que esta semana vai ser a «semana dos jerónimos».
Caneta sobre Winsor & Newton A5.

Obrigado por todos os comentários que têm surgido.
Thanks for all the comments that happen here.

06 maio, 2007

05 maio, 2007

04 maio, 2007

Elas...









Caneta e aguarela sobre papel.

02 maio, 2007

Portáteis II





O retrato é um género dos mais exigentes da representação gráfica. Não é, nem por sombras, o objectivo deste tipo de desenhos que faço. Até por manifesta incapacidade. Por isso é a desilusão que vejo na cara das pessoas que desenho, e que evidentemente não se reconhecem quando dizem «mostra, mostra». Bom, para disfarçar digo sempre «um desenho não é uma fotografia».
Esferográfica sobre agenda A5.

Parece que temos adesão para o nosso encontro. Mantenham-se atentos.

01 maio, 2007

Museu da Electricidade (outra vez)



Mais um.
Caneta sobre bloco A5.

Desenhar é, para muitos, uma actividade isolada. Para mais num tipo de registo como este, o dos diários gráficos. Parece portanto um contrasenso juntar entusiastas que só são visiveis através do monitor do computador. Encontrar pessoalmente pessoas que só se conhecem por iniciais é como quebrar as regras de um jogo. No entanto por essa internet fora não faltam iniciativas do género (Sketchcrawl, Bigdraw, ...). Cá também se faz alguma coisa, nomeadamente as iniciativas do Eduardo Salavisa. Troca de experiências, contacto com outros processos, conhecimento e fruição de novos itinerários, críticas que quando são feitas pessoalmente são mais ajustadas do que nos posts, podem ser alguns dos objectivos destes encontros. E, quem sabe, o início de belas amizades. Penso que só fará sentido uma iniciativa deste género se se estabelecerem objectivos. Até porque o constragimento inicial rapidamente poderá ser ultrapassado se as actividades propostas forem apelativas. Se alguém quiser abalançar-se para juntar uma equipa e tentar qualquer coisa aqui vai o meu mail: joselouro@netcabo.pt.